Estrada deserta carona pra o mal 2

Estrada deserta carona pra o mal 2

Amigos do Spectro-X, preciso relatar os acontecimentos que vivenciei pouco tempo depois, logo após minha saída da funerária.Leia também: (Estrada deserta,carona para o mal)

Realmente eu fiquei por um longo tempo sem saber exatamente o que tinha acontecido naquela noite tenebrosa. Tudo era muito estranho e nada iria mesmo se encaixar, a não ser que eu tivesse a coragem de retornar ao local, me informar melhor, resumindo: fazer uma investigação.

Quase um ano depois, e por coincidência no "mês das bruxas" (outubro), tomei a decisão de que iria em busca de uma resposta para o ocorrido naquele cemitério. Se fosse por curiosidade eu jamais faria isso, mas não era esse o motivo: o problema era que nunca mais tinha conseguido dormir novamente bem, e sempre acordava no meio da madrugada, para ser mais específico às 03:00 hs!

Acordava sempre no meio de um pesadelo onde eu estava correndo sozinho no meio de uma estrada deserta em direção ao cemitério, e na hora de entrar surgiam espectros fantasmagóricos assustadores que impediam minha entrada e me arrastavam para bem longe, enquanto uma voz distante citava meu nome pedindo socorro: era um pedido de agonia e dor..  

Às 03:00 eu acordava suando frio e sempre conseguia ouvir uma voz bem de longe, a mesma voz do pesadelo. Quando visitei um padre ele me explicou assuntos como o purgatório, espíritos, etc.

Me cansei dos pesadelos, expliquei para minha esposa (ela também já estava ficando assustada com tudo) e disse que iria pegar o carro, dirigir até aquele cemitério e descobrir o que realmente aconteceu.

Ironicamente peguei a estrada no dia 31 de outubro. Chovia muito naquela tarde e tive que reduzir a velocidade para uns 80 km por hora. Eu não lembrava exatamente o caminho, mas estava disposto a fazer o necessário para encontrar aquele cemitério. Estava determinado.

Com muita dificuldade, embaixo de chuva e enfrentando ruas esburacadas, acabei encontrando o temível cemitério. O lugar era realmente ISOLADO e parecia não ter ninguém por perto. Estava aparentemente abandonado.

Entrei e comecei a andar por lá. Como era previsto, meu celular não dava nenhum sinal. Andei por entre os túmulos observando os detalhes dos falecidos, quando percebí que não havia nenhum morto recente e que a data mais próxima de óbito que encontrei foi ainda no ano de 1896..

Ao longe avistei uma mulher vestida totalmente de preto, e parecia aquela mesma mulher que entregou a caixa na funerária. Ela estava em frente a um túmulo de cabeça baixa. Comecei a me aproximar, e quando ela percebeu que eu estava chegando, olhou-me de lado e subitamente seguiu caminhando adiante. Em cima do túmulo que ela estava em frente se encontrava aquela caixa preta. O mais estranho é que eu estava perto, mas ela dava passos muito mais rápidos que os meus, e por mais que eu tentasse, parecia que não conseguiria alcançá-la. A distância aumentou e numa curva por entre os matos muito altos, que não eram podados há muitos anos, a mulher misteriosamente sumiu.

Me cansei bastante, porém quando me virei tomei o maior susto da minha vida: a mulher surgiu na minha frente, e tamanho foi o susto que caí para trás! Ela disse com muita raiva: "O que faz aqui?"

E desabafei com ela, disse sobre os pesadelos. Perguntei sobre a caixa e qual era o motivo daquilo tudo.

Ela afirmou que o crânio na caixa era de uma pessoa que ali estava enterrada e que aquele espírito nunca iria ficar em paz enquanto seu crânio não fosse enterrado junto ao corpo. O problema é que a pessoa que estava em posse do crânio utilizou o mesmo numa oferenda maldita e a magia negra envolvida nisso tudo era uma das piores que já se ouviu falar. Era tão forte que não daria descanso a alma do senhor Almiro se não fosse por ela intervir nisso, e para acabar de vez precisava enterrar o crânio junto ao corpo.

Perguntei por quê ela mesmo não fez isso, e ela disse que eu iria entender depois, mas que eu precisava imediatamente enterrar o crânio ou algo muito ruim poderia acontecer comigo.

Quando fui em direção à caixa, meu amigo surgiu na minha frente, aquele espectro, o mesmo dos meus pesadelos!

Era em forma de um pequeno tornado escuro e possuía olhos vermelhos, com um cheiro muito forte!!

Comecei a rezar o pai nosso, fechei os olhos e disse em voz alta: "Vá embora em nome de Jesus!! Não tenho medo e vou acabar com tudo isso!"

Peguei a caixa, coloquei-a no chão, dei um fortíssimo chute no portão do túmulo que já estava bastante danificado pelo tempo, entrei de uma só vez, sem pensar, e coloquei o crânio bem no fundo. Pareciam ter duas pessoas enterrradas alí. Mas rapidamente subí e acabei escorregando no barro que cercava o lugar, pois a chuva não tinha acabado ainda, e cortei minha perna profundamente num pedaço de ferro enferrujado. Quando subí novamente não havia mais ninguém e a chuva parou de repente. Cortei um pedaço de minha camisa, amarrei na ferida. Quando prestei atenção na lápide do tumulo onde ficam os nomes dos mortos, tive uma assustadora e inexplicável revelação:

Lá estavam as fotos do velho e de sua esposa. Adivinha quem era a esposa do velho...: A mesma mulher de preto. E ambos faleceram há muitos anos atrás. Só tive tempo de dizer: "Descansem em paz!!"

Já estava anoitecendo e precisava ir embora. Me apressei com passos largos, e estava totalmente sujo. O lugar tinha uma presença muito forte e dava muitos calafrios. Consegui sair de lá e quando peguei a estrada tenho certeza de que ví em meu retrovisor um casal bem distante de mãos dadas indo em direção contrária. Acredito que foi um sinal. E desde esse dia nunca mais eu tive nenhum pesadelo.